sexta-feira, 10 de junho de 2011

RE.VOLTA JÁ no dia de Portugal!

Hoje é dia de Portugal e não sei se ouviram nos discursos dos nossos governantes, actuais e póstumos mas eu ouvi. E sabem o que sinto? ISTO:

Quantas vezes mais teremos de ouvir os mesmos discursos poeirentos e deslavados em eventos comemorativos? Quantas vezes mais devemos saudar a retórica de homens sem moral, com culpas sujas pelo estado de mediocridade e pobreza intelectual (já para não falar na outra) em que se encontra o nosso país actualmente?
Quantos mais até que o povo se revolte e recuse os pedidos de austeridade a que nos violentam e insultam quotidianamente?
Eu estou farta! Enchi o meu saco de pedidos de sacrifícios, de apelos ao meu empreendedorismo de jovem (com 33 anos em muitas sociedades já me considerariam adulta!)… saco cheio de insultos à minha capacidade intelectual!

A única saída é a Revolta ou a Fuga!
Será que não tenho direito a viver com dignidade no país onde nasci? Será que a vida não pode correr bem?

É que de facto tudo corre bem, para os empregadores que recebem projectos de renovações de escolas de empresas públicas encapuçadas, de concursos adulterados onde nos membros do júri se encontravam genros, sobrinhos e poderia enumerar outras situações de angariação de trabalho igualmente duvidosas.
É claro que tudo corre bem para filhos de políticos que ocupam cargos públicos e oferecem as melhores condições de instrução e acesso a estágios com perspectivas de futuro!
É claro que corre bem a quem emprega profissionais altamente qualificados pagando-lhes mal e utilizando pressão psicológica como arma de arremesso sempre que se pedem melhorias de salários e menos horas extraordinárias!

É claro que a mim não corre bem!
É claro que sempre fui paga a recibos verdes, é claro que sempre muito mal paga sendo que comecei a ganhar 3 € à hora e de 2 em 2 anos surgia um aumento de 50 cêntimos até conseguir os almejados 5 €! Caramba, como o meu patrão me mimava! E já agora, esse patrão que mimava tanto os seus colaboradores era o mesmo que mimava as suas filhas pois pagava-lhes a renda de casa, oferecia-lhes carros e pagava várias despesas inerentes às vidas “independentes” e “emancipadas” delas e dos seu rebentos! É muito curioso que a “geração à rasca” viva para sustentar os pais de membros dessa mesma geração!
É claro que muito provavelmente para que 1 jovem viva com mordomias 20 outros jovens (ou mais!) têm de trabalhar em condições precárias, sem direito a planos de constituir família, a investir na sua educação ao longo da carreira e em desenvolver projectos individuais que poderiam criar mais inovação e postos de trabalho ao nosso país!

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