quinta-feira, 3 de junho de 2010

Era uma vez uma árvore...

 ... que nasceu há mais de 200 anos numa cidade mediterrânica, num bairro que prosperava com mil e uma riquezas vindas do Magrebe, das Américas e do médio Oriente. Foi testemunha de histórias maravilhosas, foi sombra de muitos encontros, assistiu a guerras e casamentos.

Desejo falar contigo, ouvir-te mais do que falar, gostava de te abraçar longamente e receber a energia das tuas raízes profundas e tentaculares. Ficar assim a ouvir aquela sonata de Chopin que ouvi da primeira vez que te vi. Não me deixavam tocar-te estavas doente e os arames que te agarram o tronco e imobilizam o momento perpétuo contrariando o vento doem-me tanto... como se me perfurassem a carne. É assim que tens de viver agora eu sei presa aos muros de pedra do teu pátio morada. Mas tornaste-te mais um membro do meu corpo, da minha memória, de galinha comparada com a tua, Engrandeceste-me! Obrigada!

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